quarta-feira, 4 de maio de 2011

"Mãe a Tempo Inteiro"

Adorava ser mãe a tempo inteiro. Ter uma vida dedicada única e exclusivamente às minhas filhas e à casa!

A maior parte das pessoas a quem confesso esse desejo fica a pensar que sou maluca, pois tenho uma licenciatura, um emprego estável na minha área (desejado por muitos) e não entendem esta vontade de querer ser "dona de casa".

É claro que algumas coisas teriam que mudar, pois seria menos um ordenado a entrar na "contabilidade" familiar.

Já cheguei a ouvir se não me iria fartar de não fazer nada?!
Algo que discordo plenamente, pois cuidar dos filhos e da casa é um trabalho intenso com isenção de horários, sem ser remunerado e socialmente pouco aceite (ou será que estou enganada?).
Provavelmente ainda ficaria com menos tempo para mim (ao contrário do que muitos julgam).

Mas mesmo assim adorava ser "Mãe a Tempo Inteiro"!

Hoje li um texto fantástico de uma "Mãe a tempo inteiro" que se define da seguinte forma: "...Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e Relações Humanas, desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e em campo (dentro e fora de casa), sou responsável por uma equipa (a minha família) e já recebi 4 projectos (todos meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguém discorda?) e o grau de exigência é cerca de 14 horas dia (para não dizer 24 horas).

Ao ler o texto em questão fiquei logo com vontade de ser "Doutora em desenvolvimento infantil e recursos humanos", com a esperança de ter mais aceitação do que a minha ideia descabida de ser "dona de casa" ou "mãe a tempo inteiro".

2 comentários:

  1. Hoje estava num jantar com amigos e quando me fizeram a pergunta: o que fazes agora? respondi: sou mãe. Ao que um deles (que não tem filhos) me respondeu: Só!!!! Só quem não tem filhos, não compreende! Essa ideia incumbida na nossa sociedade de que todas as mulheres têm de ser super mulheres aflige-me. eu estive durante 2 anos a trabalhar numa cidade diferente de onde moro com dois filhos, num trabalho sem horários, onde via os meus filhos uma hora ao final do dia...Não os via, não os seguia e optei por abandonar essa vida.
    O ser mãe, hoje em dia é encarado de ânimo leve, como se fosse um acrescento, um pequeno pormenor... Para mim, que tenho 2 filhotes pequeninos, que acho merecerem toda a minha atenção, apreço e consideração, acho ser a maior prova de amor que lhes posso dar nestes primeiros anos de vida. Podia estar a trabalhar? Sim... Mas quero segui-los, vê-los, conviver efectivamente com eles e não apenas chegar a casa e cumprir uma série de tarefas com eles até à hora de deitar. Eu QUERO viver a infância deles. Não me sinto mais burra, menos interessante ou que esteja a perder algo por lhes estar a oferecer a minha presença a tempo inteiro. Irrita-me sobejamente que hajam pessoas que pensem que ser mãe a tempo inteiro é uma tarefa menor... Que missão poderá ser maior que apoiar os meus filhos? Deixo de ser menos por isso? Enfim, confesso que fiquei ofendida por haverem pessoas que consideram ser mãe uma missão menor...

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  2. Obrigada pelo comentário!!! Adorava ter a sua coragem...

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